A família exerce um papel importante na formação da criança, mas o professor também tem função importante quanto a essa questão Por isso, a forma com que o professor lida com os conflitos, apresentando, por exemplo, comportamentos agressivos, poderá levar o aluno a repeti-los. A escola por sua vez, sendo um lugar que instrui, não deve tolerar a agressividade excessiva. É relativamente fácil identificar o padrão comportamental destas crianças: batem, empurram, resmungam, fazem birras, recusam-se a cooperar e dificilmente controlam as suas reações. Independentemente de o seu alvo ser outra criança ou um adulto, o resultado é o mesmo: frustração, irritação e punição. Como estas crianças tendem a provocar o medo entre o grupo de pares, são normalmente postas de parte, pelo que lhes é mais difícil criarem amizades, gerando-se ciclos viciosos preocupantes.
Quando as brigas são frequentes, isso pode ser um sinal de que a criança tem outros problemas. Por exemplo, pode estar triste ou alterada, ter problemas para controlar a coragem, ter sido testemunha de violência ou ter sido vítima de abuso no cuidado diurno, na escola ou em casa. As pesquisas têm demonstrado que as crianças que são fisicamente agressivas em idade muito pequena, têm tendência a continuar com este comportamento quando maiores. Os estudos também demonstraram que as crianças que são expostas à violência e à agressão repetidamente através da televisão, vídeos e filmes, agem de forma mais agressiva.
Mas isto não significa que não haja nada a fazer. Pelo contrário, existem maneiras de lidar com o comportamento agressivo e desafiador das crianças. Em primeiro lugar, importa fazer a distinção entre mau comportamento e criança má. Mesmo quando a criança é agressiva, ou provoca o adulto, é importante aceitar que estamos perante um mau comportamento, em vez de rotularmos a criança.Uma postura positiva que o professor poderá adotar diante da conduta agressiva do aluno é a de se aproximar dele, assim estará oferecendo-o a possibilidade de falar sobre seus sentimentos e até mesmo sobre seus atos. Outra “arma” importante para lidar com estas crianças é a capacidade para manter a calma. Trata-se de uma tarefa difícil, às vezes hercúlea, mas frutífera. A ideia de vermos uma criança a desafiar as regras, desobedecendo a tudo o que lhe é proposto fará, quase de certeza, com que a tensão arterial do adulto responsável suba vertiginosamente. Mas é importante reconhecermos que estamos perante uma criança que não é capaz de controlar as suas próprias emoções, pelo que, se o adulto perder as estribeiras, acabará por reforçar positivamente a agressividade da criança. Às vezes, o melhor é “sair de cena” e tentarmos acalmar-nos antes de reagir, mesmo que tenhamos que dizer à criança “O teu comportamento está a enervar-me tanto que eu preciso de me acalmar primeiro”. Mas depois é preciso voltar e atuar com a firmeza que a situação exige. Isto mostrará à criança que os adultos, tal como ela, também sentem raiva e ficam chateados.
Outra medida que também funciona é o teatro de bonecos, representando conflitos do cotidiano da criança.
A relação escola-família é de suma importância. Ao conversar com os pais, o professor pode iniciar destacando primeiramente as qualidades do aluno. De resto, importa lembrar que os colegas serão os primeiros a fazê-lo – se a criança mostra sistematicamente maus comportamentos, acaba por ser rotulada. Mas a verdade é que estes maus comportamentos não são mais do que formas disfuncionais que a criança encontra para mostrar que está assustada, que se sente frustrada, chateada ou magoada. Acontece que, por algum motivo, não é capaz de mostrar estas emoções de modo ajustado.
Depois, importa reconhecer que, mesmo as crianças mais agressivas, não são sempre assim. Existem momentos em que o seu comportamento é adequado e compete aos adultos que a rodeiam reconhecer e elogiar esse esforço – seja quando a criança é capaz de trabalhar sossegada, seja quando coopera com os colegas. O elogio sincero é uma ferramenta eficaz na promoção dos bons comportamentos.
Sendo a raiva a emoção mais fácil de sentir, muitas crianças acabam por usar o comportamento agressivo ou desafiador para mascarar outros sentimentos, como a tristeza profunda. É importante ajudá-las a usar as palavras para expressar a sua dor e/ou para falar sobre as situações adversas.
CONCLUSÃO:
Considerando-se que a agressividade, como assinala Winnicott (1939/1987a, 1956/1987b), é uma reivindicação ao ambiente visando ao reconhecimento e retorno a um período de privação crítica para a retomada do desenvolvimento emocional, a escola não poderia deixar de vivenciar manifestações de comportamento agressivo. Ao oferecer um ambiente relativamente estável, com regras claras, a escola configura um espaço de confiabilidade, constância e segurança, muitas vezes ausente da história de vida de algumas crianças. Assim, elas depositam suas necessidades de atenção, afeto e firmeza nos educadores, esperançosas de contarem com parâmetros e limites que, geralmente, não foram estabelecidos pela família.
Sempre acreditar que é possível acertar e avançar positivamente com a criança em estado agressivo.Fazer uso de estratégias para trabalhar o bom convívio do grupo são muito importantes e necessários, entre elas recomenda-se:
-Orientar os alunos a informar quanto à ocorrência de qualquer comportamento agressivo.
-Jamais estimular a criança a revidar atitudes agressivas com atos violentos.
-Jamais estimular a criança a revidar atitudes agressivas com atos violentos.
-Dialogar com as crianças sobre as noções de certo e errado e combinar regras de boa convivência.
-Proporcionar brincadeiras e atividades pedagógicas onde há contato físico, como as rodas.
-Contar histórias sobre amizade, amor e relações tranquilas.
-Programar atividades físicas e lúdicas em que os alunos gastem bastante energia.
-Levar a garotada para brincar ao ar livre.
Planejar aulas com vídeos ou filmes que possibilitem a reflexão e o registro sobre as consequências de bom e mau comportamento.Quem sai ganhando nas relações com os outros?Criar momentos de conscientização e autoavaliação individual e coletiva do grupo.
Planejar aulas com vídeos ou filmes que possibilitem a reflexão e o registro sobre as consequências de bom e mau comportamento.Quem sai ganhando nas relações com os outros?Criar momentos de conscientização e autoavaliação individual e coletiva do grupo.
-Aplicar técnicas de relaxamento.
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