O que se passa menino(a)?
O que acontece contigo?
Tuas mãos não te obedecem,
Teus dedos rijos não querem também obedecer!
Que se passa menino(a)...
Em tua cabeça?
Em teu coração?
Teus dedos rijos não querem também obedecer!
Que se passa menino(a)...
Em tua cabeça?
Em teu coração?
Quanto padece teu corpo!
Quanto padece teu ser!
Ao saber e não saber.
Que és capaz de também aprender,
De teu jeito, de teu modo,
Também ler e escrever!
Quanto padece teu ser!
Ao saber e não saber.
Que és capaz de também aprender,
De teu jeito, de teu modo,
Também ler e escrever!
Quem te disse que não podes,
Que não sabes.
Que não vais aprender?
Que não sabes.
Que não vais aprender?
Não lembras as cores, as letras, os números,
Nem mesmo teu nome consegues escrever.
No entanto,
Carregas um desejo gigante de mais conhecer.
Perguntas, Perguntas...
Tu fazes que não sabes,
E sabes que sabes.
Mas, não podes dizer!
Nem mesmo teu nome consegues escrever.
No entanto,
Carregas um desejo gigante de mais conhecer.
Perguntas, Perguntas...
Tu fazes que não sabes,
E sabes que sabes.
Mas, não podes dizer!
Tu te escondes,
Te vestes e revestes, te transvertes,
Para que não descubram que és capaz de aprender.
Concordas com a expressão “nada podes saber”.
Nasceu roxo, fraquinho, pequeno e sem ar.
Por isso não podes agora aprender.
Que mentira grande, disseram-te um dia.
Sonegando-te o direito de descobrir e aprender.
Pois ninguém desaprende o que um dia aprendeu.
Te vestes e revestes, te transvertes,
Para que não descubram que és capaz de aprender.
Concordas com a expressão “nada podes saber”.
Nasceu roxo, fraquinho, pequeno e sem ar.
Por isso não podes agora aprender.
Que mentira grande, disseram-te um dia.
Sonegando-te o direito de descobrir e aprender.
Pois ninguém desaprende o que um dia aprendeu.
Bem sabes, que sabes.
Bem sabes que do teu modo,
Do teu jeito,
Fazes a tua escola e o teu saber.
Faz-te “aprendiz” e “conhecedor “.
Sujeito e objeto do teu próprio aprender.
Bem sabes que do teu modo,
Do teu jeito,
Fazes a tua escola e o teu saber.
Faz-te “aprendiz” e “conhecedor “.
Sujeito e objeto do teu próprio aprender.
A escola te rejeita, te enjeita.
Pois não marchas no ritmo que querem,
Não respondes em refrão,
Não cantas os hinos em coro,
Não pedes a bênção nem beijas a mão...
Pois não marchas no ritmo que querem,
Não respondes em refrão,
Não cantas os hinos em coro,
Não pedes a bênção nem beijas a mão...
Menino(a)!
Suscitas-me tantas perguntas, interrogações...
Tu me despertas as dúvidas.
Não sobre ti,
Mas sobre o meu saber.
Tão certo, tão igual,
Tão reconhecido, instituído, oficial.
Suscitas-me tantas perguntas, interrogações...
Tu me despertas as dúvidas.
Não sobre ti,
Mas sobre o meu saber.
Tão certo, tão igual,
Tão reconhecido, instituído, oficial.
Nas tuas limitações eu vejo as minhas.
Nas tuas dificuldades encontro o meu “não saber”.
És espelho que reflete o “saber e não saber”
Nas tuas dificuldades encontro o meu “não saber”.
És espelho que reflete o “saber e não saber”
De quem te ensina e se diz te conhecer.
Conhecimento sem corpo e sem palpitação.
Conhecimento sem corpo e sem palpitação.
Diante de ti conecto-me com meu desconhecimento,
Com minha ignorância.
Com minha descoordenação,
Com meus dedos rijos, com mãos duras e indomáveis,
Com minha pouca compreensão,
Não de letras e números,
Mas desse ser que cria estranhos caminhos para aprender.
Com minha ignorância.
Com minha descoordenação,
Com meus dedos rijos, com mãos duras e indomáveis,
Com minha pouca compreensão,
Não de letras e números,
Mas desse ser que cria estranhos caminhos para aprender.
Nem sabes menino,
Quer na tua limitação,
Na tua diferença,
No teu jeito de ser,
Aparentemente tão pobre, incapaz e desinteligente,
Tem sido para mim, a cada sessão,
Um mestre, um ensinante.
Com seu jeito de ser...
Quer na tua limitação,
Na tua diferença,
No teu jeito de ser,
Aparentemente tão pobre, incapaz e desinteligente,
Tem sido para mim, a cada sessão,
Um mestre, um ensinante.
Com seu jeito de ser...
Alfabetiza-me na cartilha do teu “não saber”
Para que eu possa descobrir o sabor da leitura,
E o prazer da escrita de um texto que ainda não li.
Para que eu possa descobrir o sabor da leitura,
E o prazer da escrita de um texto que ainda não li.
Iara Caierão (Psicopedagoga Clínica, Mestra em Educação)
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