O estudo do TDAH -
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (denominação dada na 4ª edição
no manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-IV) da
Associação Psiquiátrica Americana-APA não é recente. Estudos científicos sobre
o assunto vêm sendo realizados desde o começo do século XX.
Um dos primeiros autores a escrever sobre o assunto foi
Dupré, no período da Primeira Guerra Mundial, que acreditava tratar-se de uma
lesão cerebral mínima. Mais tarde, em 1962, num simpósio de Oxford, foi
oficializado a expressão Disfunção Cerebral Mínima. Em 1966, um grupo de
estudos concluiu que esta disfunção pode originar-se de variações genéticas,
irregularidades bioquímicas, sofrimento perinatal, moléstias ou traumas
sofridos durante os anos críticos para a maturação do sistema nervoso central.
Esta expressão foi utilizada no meio científico até 1980,
quando a Associação Psiquiátrica Americana propôs uma nova denominação:
Síndrome do Déficit de Atenção. Esta denominação passou a englobar tanto a hiperatividade
como as demais funções que originam da falta de maturação do sistema nervoso
central tais como: incoordenação motora, falta de equilíbrio, distúrbios de
fala, alteração de sensibilidade, distúrbios de comportamento e dificuldades
escolares.
George Frederic Still, em 1902, fez alguns estudos com
grupos de crianças que apresentavam características agitadas, desafiadoras,
agressivas, passionais, com a finalidade de obter delas um comportamento mais
aceitável. Descobriu que, por não existirem maus tratos pelos pais, os
problemas deveriam ser de origem biológica, pois alguns membros da família
possuíam problemas psiquiátricos como depressão, problemas de conduta,
alcoolismo, dentre outros (HALLOWELL, 1994, p. 271).
CAUSAS
Hoje é sabido que a
ocorrência de ADD (do inglês: Attention Déficit Disorder) está muitas vezes
relacionada a problemas durante a gravidez e parto.
“As chances de uma criança sofrer de hiperatividade e
Déficit de Atenção aumenta se a mãe fumar na gravidez. Médicos da Universidade
de Harvard notaram que 22% dos pacientes estudados eram filhos de fumantes”
(VEJA, 1996, p. 18)
Complicações perinatais, ingestão de álcool e utilização
de drogas durante a gravidez, infecção do Sistema Nervoso Central na primeira
infância, efeitos colaterais de certas medicações, predispõem a Déficits de
Atenção. Causas ambientais, tais como, desvantagem social, famílias numerosas e
superlotação também já foram apontadas.
Muitos autores ligam o TDAH ao consumo de alguns
alimentos durante a gestação e também o contato de gestantes com alguns
produtos químicos como ceras, desinfetantes, detergentes, removedores que
poderiam causar danos ao feto, porém nada foi comprovado. Hipóteses místicas
também já foram apontadas não possuindo, porém, nenhum fundamento científico.
Sua origem é genética e seus portadores apresentam uma
taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e
atenção, tendo como conseqüência a falta de concentração, característica
primordial do hiperativo, e o esquecimento daquilo que lhe é pedido.
A incidência é maior em meninos, chegando a 80% dos
casos, do que em meninas, e por esse motivo pode estar relacionado ao hormônio
masculino, a testosterona. Em alguns casos, meninas com TDAH apresentam gestos
masculinos e fala grossa como conseqüência de um aumento nessa taxa de
hormônio.
Chega a atingir de 3 a 5% da população escolar infantil,
provocando baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e dificultando os
relacionamentos entre os colegas (SMITH e STRICK,
2001).
Pestinhas, diabinhos, distraídos, desobedientes, agitados. Estes são alguns
dos adjetivos usados para definir o indivíduo que sofre de ADD, um problema que
atinge, em todo o mundo, cerca de 5% das crianças e adolescentes. Um dos
distúrbios de atenção, muitas vezes confundido com indisciplina, é o chamado
hiperatividade.
HIPERATIVIDADE
Para caracterizar um hiperativo é importante se levar em
conta o tempo que a criança começou a apresentar os sintomas. Segundo o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) os
sintomas deverão ser ininterruptos e com duração mínima de seis meses sem
limitar-se a apenas uma situação.
A criança não precisa, necessariamente, apresentar todas
as características descritas, mas parte delas. Porém é importante que seja
observado com muito cuidado porque existem crianças que apresentam algumas
destas características, mas não são hiperativas, são crianças agitadas devido a
alguma situação pela qual esteja passando ou mesmo como se chama “mal
educadas”.
CARACTERÍSTICAS:
Uma criança ou um adulto hiperativo pode estar em
qualquer lugar; batendo os pés, sentando e levantando a todo o momento,
cantando sem parar, assobiando em horas impróprias, distraindo-se com
facilidade, impacientes em filas, não se mantêm sentado durante as refeições,
não se concentra em um canal de televisão mudando sempre, faz movimentos
desnecessários com o corpo, possui gestos bruscos, tem sono agitado, perde-se
no tempo.
Quando bebês, normalmente possuem sono intranqüilo,
mexendo-se muito, ao começar a andar tropeçam e se esbarram mais do que o
normal. Podem apresentar um retardo na fala e troca de letras por um período
maior.
Na realidade não podemos dizer que esta criança não
presta atenção a alguma coisa, mas sim a várias coisas ao mesmo tempo e por
isso distrai-se facilmente.
O hiperativo apresenta certa incoordenação motora. Possui
dificuldade para andar de bicicletas, patins, pular cordas, subir em árvores,
abotoar roupas, amarrar sapatos, fazer recortes com tesoura, arremessar bola
etc.
Conforme Golfeto, a criança hiperativa apresenta
dificuldade em distinguir direita de esquerda, alterações de memória visual e
auditiva, em orientar-se no espaço, fazer discriminações auditivas, em elaborar
sínteses auditivas, além de possuir má estruturação do esquema corporal (1992,
p. 12).
Em geral, é desorganizada, distraída, esquecida,
bagunceira, não gosta de limites, possui dificuldades em completar tarefas, e
nos relacionamentos com colegas. Estas características ficam mais evidentes e
perceptivas no período escolar cujo nível de concentração deve aumentar para
que ocorra a aprendizagem.
Na escola é a criança problema, respondendo aos
professores com agressão, não respeitando limites, xingando e batendo nos
colegas, não se concentrando e atrapalhando as aulas, o que prejudica seu
rendimento escolar.
Geralmente é apontada como desorganizada pelos
professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou deixa pela
metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o
que começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas
tarefas, não parar quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é
bombardeada por palavras desagradáveis seja por partes dos professores ou
colegas. Esta atitude tende a baixar sua auto-estima.
Em casa deixa os pais desorientados. Bagunça o quarto,
sobe em armários, não senta à mesa para refeições, não obedece. Os pais devem
estar atentos para quando perceber um comportamento excessivamente agitado e
unindo às queixas escolares, procurar um especialista. É importante que as
queixas não sejam somente em casa, mas que se apresentem em outros lugares
também, assim descarta-se a hipótese de querer aborrecer os pais por algum
motivo que lhe esteja incomodando como o nascimento de um irmão, os pais
trabalharem fora muito tempo e não lhes dar atenção etc.
BAIXA AUTO-ESTIMA E COMPORTAMENTO DE RISCO
O hiperativo normalmente é rejeitado pela
sociedade. Seu comportamento inadequado prejudica a concentração dos colegas
que passa a excluí-lo. Esta exclusão pode levar o indivíduo a desenvolver
problemas psicológicos podendo tornar-se introvertido ou agressivo,
exibicionista e com baixa auto-estima acentuadas.
Estas pessoas têm tendência a comportamentos de alto
risco tais como vícios, jogatina, temperamento explosivo e acidentes. Como já
foi citado, anteriormente, elas não possuem exata noção de limites e unindo à
sua baixa auto-estima tentam fugir de seus problemas através destes vícios.
Crianças hiperativas adoram correr riscos, pois não
possuem a exata noção de perigo e limites. Podem se machucar com muita
facilidade, sendo desajeitadas, esbarrando-se em copos, mesas, pessoas, levando
os pais a prejuízos por danos causados a terceiros ou a elas mesmas, como
atravessar uma rua sem olhar para os lados devido a sua impulsividade e falta
de atenção.
O ADULTO COM
TDAH
O adulto hiperativo apresenta problemas no trabalho
e no relacionamento, bem como problemas emocionais.
Eis algumas características observadas:
- É
desorganizado;
- Perde
coisas;
- Chega
quase sempre atrasado;
- Diz o
que vêm à mente sem preocupação se o lugar é apropriado;
- Explode
com facilidade;
-
Sente-se inseguro;
- É
inquieto estando sempre mexendo pernas, dedos, joelhos;
- É
impaciente, em filas de banco está sempre reclamando ou acaba desistindo;
- Não
fica sentado muito tempo saindo de onde estiver com freqüência;
- Baixa
auto-estima;
- Tem muitos projetos ao mesmo
tempo e acaba não terminando nenhum;
-
Atrapalha-se com horários por causa da desorganização;
-
Sente-se inferior aos outros;
- Possui
dificuldade de concentração;
-
Esquece-se o que estava falando;
- Sente-se
inferior aos outros;
- Tem
sempre a sensação que não vai conseguir alcançar seus objetivos.
Em decorrência destes fatores, o adulto hiperativo possui
dificuldades em se manter no emprego, ou o abandona por tédio.
A família poderá ajudá-lo não fazendo críticas,
libertando-o da culpa que provavelmente sentirá ao não conseguir manter-se no
emprego, concluir tarefas ou alcançar seus objetivos.
Incentivá-lo a buscar ajuda com um especialista.
De acordo com a
Associação Brasielira do Déficit de Atenção alguns adultos tiveram TDAH na infância e ainda tem alguns sintomas na
vida adulta, porém em menor quantidade e sem existir muitos problemas causados
pelos sintomas e quando ocorrem eles aparecem apenas em uma única situação,
como o trabalho, por exemplo, mas não em nenhuma outra.
DIAGNÓSTICO
Um diagnóstico e tratamento corretos poderão ajudar a
criança a diminuir as repetências, elevar sua concentração por um período maior
de tempo, evitar depressão, superar problemas de relacionamento, ajudá-lo na
orientação vocacional, evitar envolvimento com drogas.
Até pouco tempo acreditava-se que os sintomas de TDAH
desapareciam na adolescência e na vida adulta. Muitos ainda acreditam que só
ocorre no período da infância. Entretanto, recentes pesquisas mostraram que 50%
a 75% dos casos continuam na idade adulta. Há casos que a hiperatividade tende
a diminuir ou desaparecer devido a um amadurecimento do cérebro que acaba
equilibrando a produção de dopamina.
Muitos pais demoram muito de procurar ajuda ou não aceitam
um diagnóstico de hiperativo, por achar que é coisa da idade, que toda criança
é agitada mesmo, que isso irá passar. Porém quando o problema demora a ser
diagnosticado, o hiperativo, a partir da sua puberdade, pode procurar as
drogas, o álcool, praticar agressões sexuais, a fim de tentar superar suas
dificuldades em adaptar-se à vida social, e em alguns casos podem cometer até o
suicídio.
O diagnóstico de um especialista é importante porque nem
sempre aquela criança agitada é hiperativa.
A hiperatividade poderá ser confundida com outras
patologias ou mesmo vir junto com estas, tais como: autismo, deficiência
auditiva, dislexia, deficiência mental, que pode tornar o diagnóstico difícil,
tendo, portanto que ser realizado por um profissional especializado.
Muitos pais ou adultos hiperativos buscam várias
especialidades para fazer um diagnóstico, e muitas vezes não conseguem chegar a
um consenso.
Para fazer o diagnóstico, é indicado um psiquiatra, que
deverá fazer uma anamnese com pais e pessoas de seu convívio como professores,
empregadas e terapeutas se estiver sendo acompanhado por alguém.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a
Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não
podem fornecer este diagnóstico!
Apresentamos abaixo um guia extraído do site da
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (http://www.tdah.org.br/diag01.php), extraído do Manual de
Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica
Americana. É utilizado por profissionais especializados em TDAH para o
diagnóstico clínico.
Lembre-se: você poderá até utilizá-lo com alguém
que conhece para uma suspeita de um quadro de hiperatividade, porém não
substitui de forma alguma o diagnóstico de um profissional.
Nem um pouco
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Só
um pouco
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Bastante
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Demais
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1.
Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido
nos trabalhos da escola ou tarefas.
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2. Tem
dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer
|
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3.
Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele
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4.
Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou
obrigações.
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5.
Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
|
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6.
Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço
mental prolongado.
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7.
Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da
escola, lápis ou livros).
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||||
8.
Distrai-se com estímulos externos
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||||
9.
É esquecido em atividades do dia-a-dia
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||||
10.
Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira
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||||
11.
Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que
fique sentado
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||||
12.
Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que
isto é inapropriado
|
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13.
Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma
calma
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14.
Não pára ou freqüentemente está a “mil por hora”.
|
||||
15.
Fala em excesso.
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16.
Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas
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17.
Tem dificuldade de esperar sua vez
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18.
Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas conversas / jogos).
|
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Como avaliar:
1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente.
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente.
1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente.
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar
apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico.
Existem outros critérios que também são necessários.
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios.
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios.
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos
acima)
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas.
CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas.
CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
Como suspeitar
do diagnóstico:
1) É necessário
haver pelo menos 6 sintomas assinalados na coluna laranja ou vermelha, no
CRITÉRIO A.
·
Pelo menos 6 sintomas VERDES e menos que 6 sintomas
ROSA: TDAH Tipo Predominantemente Desatento
·
Pelo menos 6 sintomas ROSA e menos que 6 sintomas
VERDES: TDAH Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo
·
6 ou mais sintomas VERDES e 6 ou mais sintomas
ROSA: TDAH Tipo Combinado.
2) Os CRITÉRIOS
B, C, D devem obrigatoriamente ter resposta SIM.
3) O CRITÉRIO E
necessita da avaliação de um especialista, uma vez que os sintomas do Critério
A ocorrem em muitos outros transtornos da infância e adolescência.
Se os critérios A, B, C, D e E estiverem atendidos
de acordo com o julgamento de um especialista, o diagnóstico de TDAH é
garantido.
TRATAMENTO
Segundo a ABDA, a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH
chama-se Terapia Cognitivo Comportamental. Informa ainda que o tratamento com
fonoaudiólogos é recomendado onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura
(Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
O TDAH não é um problema de dificuldade de
aprendizagem, porém o comportamento da criança atrapalha muito seu rendimento.
O psicopedagogo poderá ajudá-lo a obter maior concentração através de jogos e
outras técnicas.
Para um tratamento adequado é importante um trabalho
multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas. Deverá ser traçadas
estratégias de como lidar com esta criança em casa, na escola e na clínica para
que não haja distorções na maneira de lidar com ela. Criar regras, modificar o
ambiente tornando-o mais adequado e menos perigoso, flexibilização no currículo
escolar, adequar o tempo dividindo as atividades em partes, por exemplo, são
algumas das modificações a serem providenciadas.
Em casos mais graves a psicoterapia sozinha não resolve,
sendo indicado o uso de medicamento, porém é totalmente reprovado o uso da
automedicação. O medicamento deverá ser indicado pelo médico, mais
provavelmente o psiquiatra. Muitos possuem efeitos colaterais, por isso é
importante o acompanhamento médico para que ele mude se necessário verificando
o mais adequado e o que melhor o paciente se adapta.
TERAPIAS
ALTERNATIVAS
Outras terapias alternativas como massagem, Yoga, meditação, Tai-chi-chuan, Liangong, Florais de Bach podem ser
utilizadas com crianças maiores. Segundo relatos de professores, crianças
submetidas a algumas destas terapias têm-se mostrado, em sala de aula, mais
calmas e mais envolvidas nas tarefas.
Uma terapia psicomotricista também é importante
para auxiliá-lo no desenvolvimento da coordenação viso-motora, obter maior
noção espaço-temporal, a ter maior equilíbrio.
Devemos observar, porém, que estas terapias
alternativas não poderão substituir a psicoterapia e o uso de medicamentos se
for o caso.
COMO A ESCOLA
PODERÁ AJUDAR
E o que a escola pode fazer ao se deparar com alunos
hiperativos já diagnosticados? Em primeiro lugar, traçar estratégias para que
este aluno não se sinta entediado e não atrapalhe tanto as aulas.
Algumas dicas como estas poderão ajudá-lo:
-
Substituir aulas monótonas ou cansativas por aulas mais estimulantes que
prendam sua atenção (o professor deverá ter muito preparo e ser bastante
flexível com seu planejamento, mas ter cuidado para que o hiperativo não se
empolgue demais);
- Estes
alunos adoram novidades, lance mão destes recursos não habituais para prender
sua atenção. Peça ajuda ao professor de artes para trabalhar de forma
interdisciplinar. Estas crianças são muito criativas e se identificam muito com
tarefas como criar, construir, explorar. Os adultos hiperativos poderão ter
mais sucesso em carreiras ligadas a designers, publicidade, artes plásticas.
-
Organize as carteiras em círculo, em forma de U, ao invés de fileiras a fim de
visualizar melhor toda a classe e seu movimento;
- Coloque
esta criança próxima a outras mais concentradas e calmas, assim ele não
encontrará seguidores para sua agitação;
- Traga
esta criança para perto de você, assim poderá ver se ela está conseguindo
acompanhar seu ritmo, ou se você precisa desacelerar um pouco. Isto o ajudará
também a dispersar-se menos.
- Coloque
sempre no quadro as atividades do dia para que este aluno perceba que há regras
pré-definidas e previamente organizadas e que todos devem cumpri-las sem
exceção de ninguém.
- As
tarefas não poderão ser longas. Deverão ter conclusão rápida para que ele
consiga concluir a tarefa e não pare pela metade, o que é muito comum. As
tarefas maiores deverão ser divididas em partes para que ele perceba que elas
podem ser terminadas.
- Evite
cores muito fortes na sala e na farda como amarelo e vermelho. Cores fortes
tendem a deixá-los ainda mais agitados, excitados e menos atentos. Procure
colocar tons mais neutros e suaves. Compare com o quarto de um bebê; agora
pense: porque ninguém usa cores fortes nele? Estímulo demais não é bom para
ninguém.
- Permita
que o aluno saia algumas vezes da sala para levar bilhetes, pegar giz em outra
sala, ir ao banheiro. Estes alunos não gostam de ficar parados por muito tempo
e desta forma estará evitando que ele fuja da sala por conta própria.
- Peça
que o aluno faça três riscos no quadro. Isto será o número de vezes que ele
poderá sair. Cada vez que ele sair deverá apagar um risco no quadro. Isto
funciona como um limite e tende a dar certo porque a criança se controla mais
antes de pensar em sair da sala.
- Elogie
seu bom comportamento, incentive os colegas a elogiar suas produções, desta
forma a turma estará ajudando este aluno a elevar sua auto-estima.
- Uma
agenda de comunicação entre pais e escola é muito importante. Isto evita que as
conversas se dêem apenas em reuniões.
- As
aulas de educação física são um ótimo auxílio para estas crianças que parecem
ter energia triplicada. A ginástica ajuda a liberar mais esta energia que
parece ser inesgotável, ajuda na concentração através de exercícios
específicos, ajuda a estimular hormônios e neurônios, a distinguir direita de
esquerda já que possuem problemas de lateralidade que prejudicam muito sua
aprendizagem.
Talvez o maior problema que haja em relação ao TDAH está
no fato de que ainda haja pouco conhecimento sobre este assunto no âmbito
escolar e entre os pais. Muitos indivíduos que sofrem deste problema podem
passar a vida toda sendo acusados injustamente de mal-educados, preguiçosos,
desastrados, desequilibrados, justamente porque não foi diagnosticado e tratado
a tempo.
Portanto, se depois que leu este artigo reconheceu alguém
próximo, informe aos pais e oriente-os a procurar ajuda. Peça que deixe de lado
os preconceitos e pense somente no bem estar de seus filhos.
BIBLIOGRAFIA
ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção
– Como diagnosticar crianças e adolescentes - http://www.tdah.org.br/diag01.php
ARAÚJO, Mônica; SILVA, Sheila Aparecida Pereira dos
Santos - Comportamentos
indicativos do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade em crianças: alerta para pais e professores - http://www.efdeportes.com/efd62/atencao.htm
hiperatividade em crianças: alerta para pais e professores - http://www.efdeportes.com/efd62/atencao.htm
GOLFETO, J. H.. A criança com déficit de
atenção aspectos clínicos, terapêuticos e evolutivos. Campinas, 1993.
Documentação não publicada elaborado na Unicamp (Universidade de Campinas).
GONÇALVES, Priscilla Siomara – O trabalho em ambiente
escolar com alunos portadores do distúrbio de déficit de atenção com
hiperatividade- http://geocities.com/hotsprings/oasis/2826/ddah1.html
Indisciplinado
ou hiperativo. In: NOVA escola. São Paulo. Fundação Victor Civita. 2000; n.º
132; pp 30-32.
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