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sexta-feira, julho 13, 2012

Pedagogia Afetiva



No decorrer de sua história a educação brasileira tem passando por fases significativas de mudanças. Esta, fruto de uma pedagogia tradicional, com origem na doutrina dos jesuítas, permaneceu muito tempo com idéias puramente positivistas, onde o aluno era apenas um receptor de conteúdos prontos, transmitidos pelos professores. Por volta do século XIX surge a Escola Nova, com base na teoria educacional de John Dewey. Que propunha dá mais ênfase a ação do que a teoria. Portanto, a pedagogia da ação. Com o intuito de valorizar a experiência do aluno.

Com a ausência da escola Nova, que fracassou, surge a pedagogia tecnicista, com o desenvolvimento da indústria. Com base nas ciências e nas técnicas, onde cada aluno era visto como ferramenta de trabalho específico. Portanto, uma pedagogia com tendências muito voltadas para o positivismo. Podemos assim dizer: uma versão moderna da escola tradicional. Já nas décadas de 50 e 60 foram marcadas pela alfabetização de adultos com a pedagogia da libertação, de Paulo Freire. Pedagogia essa que veio clarear muitas mentes educadoras que passaram a ver possibilidades onde habitavam cinzas. Entretanto, nos dias atuais, mesmo com as mudanças políticas, tecnológicas, sociais, comportamentais... a educação ainda é ministrada com base tecnicista, cuja metodologia é autoritária e antidemocrática.


Percebe-se que apesar destes avanços, de se ouvir dizer que a escola é um direito de todos e dever do estado. Esta, na prática, permanece seletiva e excluidora, como sempre foi. Uma vez que usa uma medida só para todos os alunos, o que desrespeita a individualidade do ser. Daí, o triste e preocupante resultado: a cada ano, grandes escolas fecham salas de aulas. E a pergunta solta no ar: para onde estão indo seus alunos? A resposta é arrepiante: estão nas bocas de fumo tentando sobreviver. Pois a única oportunidade que têm de mudança de sua história de sofrimento é a escola. E esta, sem perceber, lhes fecha as portas.

Sabemos da importância de todos os profissionais para o desenvolvimento de um país. E, o mais interessante é que cada um deles, só se torna profissional se passar por mãos de vários educadores. Daí, eu considerar que temos capacidades suficientes para plantarmos a semente de libertação da cegueira humana em muitas mentes.

O educador é, sem dúvida, a peça mestra nesse processo de educar verdadeiramente, devendo ser encarado como um elemento essencial e fundamental. 
Quanto maior e mais rica for sua história de vida e profissional, maiores serão as possibilidades de desempenhar uma prática democrática efetiva que eduque positivamente. 
Sobre esse assunto Nóvoa (1991) afirma que “não é possível construir um conhecimento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente”. Porém, não se quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do educando durante sua vida educativa, mas sim, que o seu papel é de vital importância, seja como pessoa ou como profissional. 
Para que haja esse processo educativo efetivo é necessário que algo mais permeie essa relação aluno-professor. É esse algo a mais que falta em diversas instituições de ensino. 

A afetividade, uma relação mais estreita entre o educando e o educador. 

A inter-relação entre os sentimentos, os afetos e as intuições na construção do conhecimento tem sido enfatizada por diversos autores. 
Snyders (1986) afirma que quando se ama o mundo, esse amor ilumina e ajuda a revelá-lo, a descobri-lo. O amor não é o contrário do conhecimento e pode tornar-se lucidez, necessidade de compreender, alegria de compreender. Mauco (1986) comenta que a educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é ela que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. 
Goleman (1997), ao desenvolver o conceito de inteligência emocional salienta que aprendemos sempre melhor quando se trata de assuntos que nos interessam e nos quais temos prazer.
“Sabendo-se hoje que apenas conhecer bem a teoria não conduz a uma mudança na prática; por outro lado, a prática sem um embasamento teórico não possibilita a autonomia profissional” [...] (BEM-VINDO, mundo, 2006), o educador proposto a realizar transformações na vida de cada novo ser, da educação infantil deve prosseguir com sua formação, mesmo depois de frequentada a Academia como aluno e a sala de aula como professor. Ter claro também, que esse trabalho pedagógico, em equipe, possibilita grandes e novos aprendizados para si e para a renovação de um cotidiano escolar bem mais construtivo para as crianças. Gostar apenas não é o principal requisito para se estar nessa profissão e sim, o pensamento reflexivo sobre o quê e o porquê lidar com esses sujeitos. Conhecer seus pontos fortes e fracos e fazer desses, meios adequados para se chegar aos fins. Saber que a criança é um ser em desenvolvimento com suas particularidades, contribui e muito para uma rica troca de idéias e (re) construção de saberes entre educador e educando, no âmbito escolar, o qual nos dias de hoje tem sido o local institucionalizador de tempo integral em que os pais, por um motivo ou outro transferem responsabilidades extras para tal.

Talvez, se pudéssemos avaliar qual a profissão mais importante existente no mundo, levaríamos horas, dias de discussão, mas chegaríamos a uma conclusão: todos passam pelas mãos de mestres educadores, alguns se tornando futuros mestres também.

Que o papel de educador infantil fortaleça-se cada vez mais, e que esses sejam os verdadeiros interessados pela busca de um mundo sempre melhor.

Portanto, assim como no filme Ser e Ter, o papel do professor abrange mais do que a rotina de sala de aula, mas completa-se pelo cuidado do professor em relação ao seu aluno. Partindo desta idéia, é possível perceber a necessidade do professor ter um olhar zeloso sobre a criança, um olhar que o acompanhe em casa, no pátio da escola, nos corredores da escola e principalmente dentro da sala de aula. Para tanto, é necessário que haja envolvimento, afeto, dedicação, pois somente assim formar-se-á cidadãos mais reflexivos que contribuirão para uma sociedade melhor.


Fazer a PEDAGOGIA AFETIVA...
É desenvolver a afetividade da criança
"O aprender está ligado ao afetivo"

O QUE FAZER PARA QUE ESTA AFETIVIDADE SEJA BEM DESENVOLVIDA?
O desenvolvimento da afetividade pressupõe três pontos básicos:
LIMITES - MITOS DO COTIDIANO - RITMOS
POR QUE A AFETIVIDADE?
A afetividade é a base da vida. Se o ser humano não está bem afetivamente,sua ação como ser social estará comprometida. Isto vale independentemente de sexo, idade,cultura.
"Se a criança não está bem afetivamente, ela não aprende.

LIMITES
Limite é ensinar que as pessoas não podem nem são capazes de fazer tudo o que querem.
" Se a criança está feliz,ela aprende, ela faz"
" Aprender deve estar ligado a efetividade para ser prazeroso, gostoso..."
" Limite não é castigo"

MITOS DO COTIDIANO...
É PRECISO RESGATAR A TRADIÇÃO COM RELAÇÃO A FAMÍLIA,PROFESSORES, BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS, HISTÓRIAS....
RITMOS
É preciso respeitar o ritmo de cada criança...


Fonte:ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, RJ:vozes,2001.