Percebe-se que apesar destes avanços, de se ouvir dizer que a escola é um direito de todos e dever do estado. Esta, na prática, permanece seletiva e excluidora, como sempre foi. Uma vez que usa uma medida só para todos os alunos, o que desrespeita a individualidade do ser. Daí, o triste e preocupante resultado: a cada ano, grandes escolas fecham salas de aulas. E a pergunta solta no ar: para onde estão indo seus alunos? A resposta é arrepiante: estão nas bocas de fumo tentando sobreviver. Pois a única oportunidade que têm de mudança de sua história de sofrimento é a escola. E esta, sem perceber, lhes fecha as portas.
Sabemos da importância de todos os profissionais para o desenvolvimento de um país. E, o mais interessante é que cada um deles, só se torna profissional se passar por mãos de vários educadores. Daí, eu considerar que temos capacidades suficientes para plantarmos a semente de libertação da cegueira humana em muitas mentes.
O educador é, sem dúvida, a peça mestra nesse processo de educar verdadeiramente, devendo ser encarado como um elemento essencial e fundamental.
Quanto maior e mais rica for sua história de vida e profissional, maiores serão as possibilidades de desempenhar uma prática democrática efetiva que eduque positivamente.
Sobre esse assunto Nóvoa (1991) afirma que “não é possível construir um conhecimento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente”. Porém, não se quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do educando durante sua vida educativa, mas sim, que o seu papel é de vital importância, seja como pessoa ou como profissional.
Para que haja esse processo educativo efetivo é necessário que algo mais permeie essa relação aluno-professor. É esse algo a mais que falta em diversas instituições de ensino.
A afetividade, uma relação mais estreita entre o educando e o educador.
A inter-relação entre os sentimentos, os afetos e as intuições na construção do conhecimento tem sido enfatizada por diversos autores.
Snyders (1986) afirma que quando se ama o mundo, esse amor ilumina e ajuda a revelá-lo, a descobri-lo. O amor não é o contrário do conhecimento e pode tornar-se lucidez, necessidade de compreender, alegria de compreender. Mauco (1986) comenta que a educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é ela que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança.
Goleman (1997), ao desenvolver o conceito de inteligência emocional salienta que aprendemos sempre melhor quando se trata de assuntos que nos interessam e nos quais temos prazer.
“Sabendo-se hoje que apenas conhecer bem a teoria não conduz a uma mudança na prática; por outro lado, a prática sem um embasamento teórico não possibilita a autonomia profissional” [...] (BEM-VINDO, mundo, 2006), o educador proposto a realizar transformações na vida de cada novo ser, da educação infantil deve prosseguir com sua formação, mesmo depois de frequentada a Academia como aluno e a sala de aula como professor. Ter claro também, que esse trabalho pedagógico, em equipe, possibilita grandes e novos aprendizados para si e para a renovação de um cotidiano escolar bem mais construtivo para as crianças. Gostar apenas não é o principal requisito para se estar nessa profissão e sim, o pensamento reflexivo sobre o quê e o porquê lidar com esses sujeitos. Conhecer seus pontos fortes e fracos e fazer desses, meios adequados para se chegar aos fins. Saber que a criança é um ser em desenvolvimento com suas particularidades, contribui e muito para uma rica troca de idéias e (re) construção de saberes entre educador e educando, no âmbito escolar, o qual nos dias de hoje tem sido o local institucionalizador de tempo integral em que os pais, por um motivo ou outro transferem responsabilidades extras para tal.
Talvez, se pudéssemos avaliar qual a profissão mais importante existente no mundo, levaríamos horas, dias de discussão, mas chegaríamos a uma conclusão: todos passam pelas mãos de mestres educadores, alguns se tornando futuros mestres também.
Que o papel de educador infantil fortaleça-se cada vez mais, e que esses sejam os verdadeiros interessados pela busca de um mundo sempre melhor.
Portanto, assim como no filme Ser e Ter, o papel do professor abrange mais do que a rotina de sala de aula, mas completa-se pelo cuidado do professor em relação ao seu aluno. Partindo desta idéia, é possível perceber a necessidade do professor ter um olhar zeloso sobre a criança, um olhar que o acompanhe em casa, no pátio da escola, nos corredores da escola e principalmente dentro da sala de aula. Para tanto, é necessário que haja envolvimento, afeto, dedicação, pois somente assim formar-se-á cidadãos mais reflexivos que contribuirão para uma sociedade melhor.
Fazer a PEDAGOGIA AFETIVA...
É desenvolver a afetividade da criança
"O aprender está ligado ao afetivo"
O QUE FAZER PARA QUE ESTA AFETIVIDADE SEJA BEM DESENVOLVIDA?
O desenvolvimento da afetividade pressupõe três pontos básicos:
LIMITES - MITOS DO COTIDIANO - RITMOS